Quem sou

Recentemente, uma ex-aluna procurou-me, com uma fotografia na mão, na qual se podia ver a sua imagem com seis anos, no primeiro dia de aulas do 1.º ano, com a sua mão na minha, a acolhê-la. A Sofia, que foi minha aluna há quase 30 anos, veio ter comigo para me dizer que aquilo que mais a tinha marcado − mais do que as aprendizagens escolares − era a minha maneira de ser. 

Comovida, dei comigo a pensar que aquilo que somos não vem mencionado no currículo, no qual é pressuposto elencarmos o que fizemos. Mas nas profissões baseadas na relação humana, como a docente, acaba por ser especialmente relevante a pessoa que está por detrás do professor. Essa dimensão humana pode ter o condão de marcar indelevelmente as gerações de crianças que lhe passam pelas mãos. 

Além da Sofia, fui professora de muitas meninas e meninos, ao longo de duas décadas de ensino, que complementei com outras atividades profissionais relacionadas com a educação. Com vontade de acumular experiência a nível pedagógico, na outra metade da minha carreira profissional decidi aceitar os desafios que me foram lançados, nomeadamente para colaborar com diversos organismos do Ministério da Educação, para escrever artigos sobre pedagogia e parentalidade em jornais e revistas, bem como para assumir cargos de liderança ao nível da coordenação e direção pedagógica de escolas.

No exercício de funções docentes e de direção pedagógica, tive oportunidade de falar com muitas famílias sobre o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. Nessas conversas, percebi que, para os pais, o acompanhamento pedagógico dos filhos por uma profissional experiente funciona como uma intervenção de primeira linha, que permite identificar e superar desafios ou, se necessário, encaminhar a criança para uma avaliação especializada, de acordo com as necessidades observadas. 

Enquanto coordenadora e diretora de escolas, procurei criar projetos pedagógicos que dessem resposta às necessidades dos alunos e às sinergias das equipas docentes, designadamente com metodologias que potenciassem o sucesso educativo de todas as crianças e com o desenvolvimento de perspetivas transdisciplinares que abrissem horizontes de transformação. 

Para que as ideias fluam e ações se concretizem no terreno, sempre considerei determinante escrever os projetos, com o objetivo de aprofundar as soluções que efetivamente resultam, de as discutir com os colegas, de as partilhar com as famílias e de as replicar noutros contextos educativos. 

E para que possam conhecer-me como pessoa, posso acrescentar que sou uma leitora voraz, que me realizo através da escrita, que gosto de me sentir desafiada, que aprecio a proximidade com as pessoas, que tenho 14 netos (oito mais seis) e que continuo a emocionar-me com a beleza dos lugares. A minha palavra preferida é esperança. E espero nunca vir a perder a curiosidade. 

Para saber mais, pode consultar o currículo .